domingo, 4 de março de 2012

Ao som das ondas do mar...


Fim de tarde, um pôr-do-sol de tirar o fôlego. O vai-e-vem preguiçoso das ondas rasas lambe a areia. Onde já ouvi isso? O mar passa saborosamente a língua na areia... ah, uma marchinha de Eduardo Dusek (Bah! Isso é bem velho!). Em meio ao ruído das ondas surge uma música diferente, um soul jazz metálico. Para nossa surpresa, um casal tocava trumpete e saxofone, ambos enlevados pela própria música.

Música à beira mar

Não resistimos à curiosidade: após a excelente audição, perguntamos porque eles tocavam ali, com os pés dentro d’água, praticamente sem platéia. A resposta: eles tocavam para o pôr-do-sol... uma coisa, segundo eles, inspiradora, mágica, insinuante, quase irresistível. Voltei a máquina fotográfica para o lado oposto e registrei a razão de tanta inspiração. Minha foto não foi suficiente. Fiquei com vergonha de não poder tocar algo também... merecia.

De tirar o fôlego.

O encontro


A bênção...

Tenho uma rotina quando vou à praia. Sempre que chego, vou direto para a beira do mar saudar aquela imensidão (que, pelo menos aqui em Canasvieiras, é azul). Aprendi isso ainda menino, quando meus pais me enviavam para as colônias de férias. A primeira coisa que a turma fazia ao chegar era saudar o mar. A última era despedir-se do mar. Nunca gostei muito dessas colônias, mas meus pais me mandavam todo santo ano. Assim, lá fomos nós cumprir nosso compromisso!

Novos amigos



Viajar sem compromisso, a não ser com nosso descanso e diversão, sempre tem um efeito colateral muito legal: estamos abertos a novas amizades. O véu da correria diária que cobre os nossos olhos se desfaz: estamos mais atentos a quem nos cerca e percebemos melhor as afinidades. Aguardando o ônibus no aeroporto de Floripa encontramos um casal que também se dirigia a Canasvieiras. André e Michele são pessoas divertidas, espirituosas e dispostas a curtir alguns dias de sol e praia, como nós. Temos a certeza que nada é por acaso e nossos novos amigos juntar-se-ão àqueles que fazem parte dos nossos bons momentos. A vida é feita de encontros.

sábado, 3 de março de 2012

Floripa is here!


O desembarque em Florianópolis foi algo decepcionante: esperava um aeroporto novo, maior, porque acredito que o volume de turistas que transitam aqui é muitas vezes maior do que em Porto Alegre, por exemplo. As instalações são acanhadas e o desembarque é ao relento: por sorte não chovia. A rodoviária da cidade é muito maior e melhor que o aeroporto. Vai ver que é porque aqui não tem copa, né?
Mas a surpresa está na mobilidade urbana. Já tínhamos resolvido que utilizaríamos o transporte coletivo, uma forma de conhecer melhor o local e convivermos com sua cultura. No balcão de informações turísticas fomos brindados com duas publicações:

Organização é outra coisa!

A primeira é um guia gastronômico das principais cidades do estado, com destaque para a capital. A segunda virou nossa bíblia do deslocamento: o Mobfloripa (também em mobfloripa.com.br) traz todas as linhas urbanas de Florianópolis, com conexões, horários, terminais, itinerários, etc. Todo o serviço de transporte coletivo da cidade é integrado. Pode-se atravessar a ilha (foi o que fizemos, do aeroporto a Canasvieiras), pegando três coletivos diferentes em terminais fechados, pagando apenas uma passagem: R$ 2,70. 

 Terminais integrados em vários locais

Coletivos com espaço para bikes

 Ônibus executivos, para transporte mais rápido (R$ 5,50). 

Há ainda serviços de táxi (o Mobfloripa informa as distâncias entre os principais pontos da cidade e o valor aproximado da tarifa!), traslados, locação de veículos, bikes, barcos, helicópteros, etc. Pode-se até baixar um aplicativo para celular com as informações. Lembrou-me muito uma capital de um estado bem ao sul do Brasil que quer receber a Copa do Mundo em 2014. Lá os coletivos partem de um sem-número de locais, distantes uns dos outros (e o turista que se vire para encontrá-los), não há integração, muito menos informação, paga-se passagem a cada trecho e o serviço é sofrível, para dizer o mínimo.   

Que viagem!


Sorriso e leitura prá disfarçar...

Nosso vôo com destino a Florianópolis sai exatamente no horário previsto. Assim que decolamos nosso comandante informou que a viagem, prevista para durar uma hora, seria de 35 minutos! Mazááá comandante! Vai ser multado por excesso de velocidade. Houve um rápido movimento do pessoal de bordo, agilizando o atendimento. Pensei: lá vem a barrinha de cereal e o copinho de refri. Para nossa surpresa, fomos informados que os produtos servidos eram pagos. Isso mesmo, pagos! R$ 6,00 por uma latinha de refri, R$ 9,00 por um pãozinho de sanduíche com margarina e queijo dentro, e por aí vai. Pagamento, só com dinheiro, claro. Quem mandou comprar passagem barata? Estávamos no fundo do avião e fiquei observando: as bebidas voltaram fechadas e os pacotinhos com os lanches intactos. A venda foi muito fraca, prá não dizer nenhuma. Acho que ficaria mais bonito não oferecer nada. Que viagem, gente!

Cuidado, pobres!

No aeroporto... se achando!

Férias! O dia chegou! Claro que chove, e muito. Claro que alagou a rua e a gente quase não sai de casa. O genro Marcelo comparece com seu carro anfíbio para nos levar até o aeroporto. Os velhos saem de casa três horas antes do embarque. Sabe como é, vai que dá um engarrafamento... deu. Levamos quase uma hora para fazer um percurso de vinte minutos. Na chegada ao aeroporto tivemos uma surpresa, própria dos viajantes sem conhecimento: nosso genro nos deixou no terminal errado! Ao invés do novo(!) e eficiente(!) Aeroporto Internacional Salgado Filho (a Copa vem aí, hein!), os pobres viajam numa companhia(!) que embarca seus passageiros no Terminal 2 (isso parece nome de campo de concentração), o velho Salgadinho. Aposto que minha irmã Elaini e meu übercunhado Artur, viajandões contumazes, não passariam por esse, digamos, imprevisto. Mas se passassem, perguntariam como chegar lá. Seriam informados de que há uma linha de ônibus interna que faz o percurso entre os dois terminais, sem ônus para os passageiros. Os velhinhos, seguros de si, não perguntaram nada e pagaram um táxi para fazer o percurso. Ô, pessoas intelectualmente desprovidas (termo politicamente correto para burros)!  

Uma mala, dois malas... parte 2


A mala da discórdia...

Em março  de 2011 minha amada esposa foi passar duas semanas no rigoroso inverno europeu, em Londres e Paris, e levou uma mala de roupas. Para passar 10 dias em Canasvieiras, usando maiô e camiseta, ela levou... uma mala de roupas! Que quase não fecha! Enquanto isso, eu quero levar apenas uma pequena bolsa de viagem com uma bermuda, um chinelo e uma escova de dentes. Quase que minha bolsa também não fecha, recheada com as coisas que não couberam na mala dela. Vai entender como funciona uma mulher...

Lá vamos nós...



Nossa nova viagem tem três objetivos: ser curta, acessível (como diria a Iara quando se refere a coisas baratas) e que nos permita descansar muito. Em duas palavras, sombra e água fresca. Após exaustivas pesquisas (não era para descansar?), a opção foi por Florianópolis (porque é perto), Praia de Canasvieiras (a Iara se recusa a ir para outro lugar na Ilha, porque lá a água do mar, segundo ela, é quentinha). Peraí 1: 500km é perto? Não, mas a viagem é curta, se for de avião! Peraí 2: não tinha que ser acessível? Sim, e foi, porque descobrimos que um pacote de ida e volta a Floripa comprado com antecedência pode custar mais barato que uma passagem de ônibus. E ainda pode ser paga em seis vezes sem juros, sem entrada e sem saída (tudo que os pobres e velhos gostam). Assim, lá vamos nós... denovo!