segunda-feira, 31 de março de 2014

Artesanato de qualidade

Junto ao Marco Zero, desde 2012, funciona no antigo Armazém 11 do Porto do Recife o Centro de Artesanato de Pernambuco. Expõe trabalhos de cerca de 350 artesãos locais, em madeira, fibra, couro, renda, palha, etc. reunindo artistas renomados e anônimos.
O armazém, recém-restaurado, contrasta com as construções seculares situadas ao seu lado. Entre elas, destaca-se o edifício-sede da Caixa Cultural Recife, erguido em 1912, onde antes funcionava a Bolsa de Valores de Pernambuco e da Paraíba. Atualmente, o espaço está dividido em três pavimentos e conta com duas galerias de exposições, um teatro e salas para eventos. Do outro lado do Rio Pina, que banha a praça, há o Parque de Esculturas Francisco Brennand. Expoente máximo na arte da cerâmica, a obra do pernambucano merece atenção. No conjunto de esculturas ordenadas em frente à Praça do Marco Zero, natureza e sexualidade são as temáticas que guiam as criações singulares. Para acessar o parque que abriga a emblemática Coluna de Cristal, pegue carona nos barquinhos disponíveis no píer do Marco Zero, por R$ 5,00 (ida e volta), das 7h00min às 19h00min.

Cuidado com ela!


Nossa viagem pela CVC tinha como receptivo local uma empresa chamada Luck. A pessoa encarregada de nos receber, fazer o city tour conosco e vender os demais pacotes de sua empresa era Damásia, que preferia ser chamada de Dadá. Pessoa deselegante, incapaz de um sorriso, tratava o grupo como se lidasse com crianças, dando ordens o tempo todo. Dentro do ônibus, falava sentada, de costas para os passageiros. Criou constrangimentos com mais de um integrante durante o passeio, e chamou de mal educados e sem cultura quem não prestava absoluta atenção ao que falava. Verborrágica e extremamente prolixa, submeteu pessoas de idade e com dificuldades de locomoção a verdadeira palestra no Marco Zero, debaixo de um sol escaldante, sobre um concreto fervente. Reclamou quando foi solicitado que fosse mais objetiva e passou uma descompostura no grupo. Chegou a sentar sob uma árvore e ficou a cantar vários frevos e músicas folclóricas "à capela", pouco se importando se queriam ou não ouvir. No final, o passeio atrasou, não visitou todos os lugares e correu em outros. Claro que nós e vários outros passageiros optaram por fazer o restante do circuito turístico com outra operadora local. Cuidado com ela!

Shopping da Arte


O Shopping Recife é o maior shopping do estado, com mais de 400 lojas. Você vai perguntar: mas o que alguém pode querer num shopping quando se está num lugar com 500 anos de história? Resposta: os jardins do local tem uma coleção de esculturas dos mais variados estilos e tendências, uma aula de arte. Um lugar que vale a visita! Ok, a gente entrou para fazer um lanchinho depois, que ninguém é de ferro!













Um lugar diferente


Lá pelo final do city tour, retornando de Olinda para Recife, fomos levados a uma experiência no mínimo curiosa: visitamos a Cachaçaria Carvalheira, uma fábrica artesanal sofisticada, com produtos elaborados a partir de matérias primas selecionadas e envelhecidos em barris de carvalho por até 12 anos. Conhecedores afirmam que o resultado se compara às melhores bebidas destiladas do mundo. Mas o interessante é que o local também é um espaço para eventos fechados e pode receber ate três mil pessoas. Fomos brindados com uma aula sobre a produção da cachaça e - o que boa parte do grupo achou a melhor parte - a preparação e degustação de uma caipirinha com um produto que custa quase trezentos reais a garrafa. Todos voltaram para o ônibus numa alegria só!

Monges e Escravos


O Mosteiro de São Bento ficou pronto em 1599 e foi destruído em 1632 num incêndio que consumiu grande parte da cidade. Reconstruído, voltou a funcionar em 1656. Nos diversos espaços internos do mosteiro podem ser apreciadas muitas peças de alto valor artístico, pinturas de episódios da vida de São Bento, além de rico mobiliário. No claustro estão sepultados vários monges da abadia.
Com o tempo a Ordem em Olinda enriqueceu, contando em 1850 com 16 casas de sobrado, 24 casas térreas, outros prédios rústicos, uma fazenda, um engenho de açúcar em Mussurepe, um sítio de lenha em Beberibe, além de 254 escravos. Sim, os beneditinos tinham escravos, afinal também eram filhos de Deus!
O mosteiro sobrevive atualmente do seu patrimônio e das doações feitas às capelas de Nossa Senhora do Monte de Olinda e de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes.
A construção da Igreja de São Bento foi iniciada em 1660 e terminada em 1761. Sua fachada é sóbria. Na decoração interna destaca-se o magnífico altar-mor, em madeira de cedro e inteiramente folheado a ouro, construído entre 1783 e 1786. Em 1860 foi feita uma reforma com novos douramentos. Restaurado em 2001, foi objeto de polêmica ao ser desmontado para ser exposto em Nova York, em 2002, como a atração principal da exposição Brasil de Corpo e Alma, realizada no Museu Guggenheim, retornando posteriormente ao seu local de origem. 
No centro do altar está a imagem de São Bento, ladeada por São Gregório Magno e por Santa Escolástica.A sacristia é a mais rica de Olinda, com móveis esculpidos em cedro e decoração com espelhos de cristal e painéis nas paredes e teto retratando a vida de São Bento, executadas por volta de 1785. Há também uma pintura do século XIV mostrando São Sebastião e um painel retratando Nossa Senhora das Dores. 

Lugar legal


Em Olinda, próximo da Igreja do Nosso Senhor Salvador dos Mundos há um lugar chamado Artes do Imaginário Brasileiro. 



Misto de galeria de arte, artesanato, antiguidades, café e sorveteria, o lugar é bem eclético, tem peças interessantes, é muito bem decorado (desde a fachada), possui um atendimento de primeira e pratica preços justos. Vale a visita! 


Perdoai, Senhor!


A Igreja de São Salvador do Mundo, em Olinda, foi a primeira igreja construída no Brasil. Fundada em 1540, tinha sua estrutura inicial em madeira e taipa. Durante a invasão holandesa, serviu como templo protestante e teve sua estrutura danificada por um incêndio. É onde encontra-se o túmulo do Bispo D. Helder Câmara. Da lateral da igreja descortina-se uma maravilhosa visão do litoral. O altar lateral (Capela de São Salvador do Sacramento) é o único que ainda preserva sua decoração barroca em boas condições. O interior é dividido em três naves, separadas por arcadas com colunas toscanas de pedra. A decoração original desapareceu em grande parte, mas especialmente nas capelas laterais ainda existem remanescentes da decoração com azulejos, alguns painéis pintados, elementos de talha dourada e estatuária antiga. Na nave central, o teto é forrado por vinte e quatro painéis com ilustrações do Evangelho. Considerando o valor histórico do local, tudo está muito mal conservado, externa e internamente. Embora a igreja esteja aberta à visitação, não há nenhuma orientação aos turistas, a não ser por parte dos pedintes que contam a sua versão da "história" de Olinda. Achamos tudo meio decepcionante. Se dependermos da Igreja de São Salvador do Mundo para nos salvarmos, estamos em maus lençóis...

Prédio Libertado

A Casa de Detenção de Recife, no centro antigo da cidade, funcionou de 1875 a 1973. Durante quase 200 anos, milhares de presos cumpriram ali suas penas em condições sub-humanas. Com a transferência dos presidiários para a nova Penitenciária de Itamaracá, em 1974, começou a funcionar no local a Casa de Cultura de Pernambuco. As antigas celas foram ocupadas pelas manifestações artísticas locais, como artesanato, escultura e pintura. Talvez fosse interessante dedicar algumas delas a contar a história do local, o que só é feito em um banner na entrada, colocado em lugar alto e de pouca visibilidade. Nenhum dos expositores paga para estar ali, e todos os turistas são trazidos pelos receptivos para conhecer sua arte (e fazer compras, é claro). É bastante estranho frequentar um lugar onde tantas pessoas sofreram - e morreram - transformado num lugar colorido e cheio de vida.

Obras arrastadas

Uma característica interessante do Recife é que suas obras de restauração são realizadas na velocidade inversa do frevo que dançam: bem devagar! Percebe-se que são obras antigas, algumas já sofrendo a deterioração do tempo. A alegação "oficial" refere os custos desses trabalhos, sempre muito caros. Os locais não dão muita importância a isso, acham dinheiro posto fora. Estão mais preocupados com questões como segurança e saúde. 

Para turista ver...

Caça-níquel
No centro do Recife está a Embaixada dos Bonecos Gigantes, um local destinado a arrecadar dinheiro (o ingresso custa R$ 10,00) que quem quer conhecer as obras-símbolo do carnaval... de Olinda! Na fábrica, lá em Olinda, não se paga nada para ver tudo. Tô começando a desconfiar dessa nossa guia...

Rua dos Judeus

Durante do domínio holandês, A Rua Bom Jesus tornou-se a via predileta dos israelitas, passando a ser chamada Rua dos Judeus. Entre 1636 e 1654, existiu ali a primeira sinagoga das Américas – Kahal Zur Israel (Rocha de Israel) – localizada nos prédios nºs 197 e 203. Uma prospecção arqueológica revelou a primitiva muralha do núcleo urbano e a mais antiga piscina de banho ritual (micveh) das Américas, utilizada pelos que frequentavam a sinagoga no século XVII. Uma lei municipal de 1999, transferiu o uso dos prédios para a Federação Israelita de Pernambuco, a fim de que fosse instalada uma réplica da sinagoga Zur Israel. O local e aberto à visitação pública.

Palácio fechado


Entre as surpresas reservadas pelo nosso receptivo em Recife, uma das mais decepcionantes foi a marcação do city tour para a segunda-feira. Será que ninguém avisou-os de que neste dia todos os museus e prédios turísticos estão fechados? Ou pode ser má-fé mesmo? Tudo bem que o Palácio do Governo do Estado está sendo restaurado, e por isso as visitações estão suspensas. Mas, e o restante? Alô, receptivo Luck: propagam 30 anos de serviços, mas parece que não aprenderam o be-a-bá do turismo... Enfim, vamos voltar no roteiro por nossa conta mesmo. Não podemos justificar nosso desconhecimento com a incompetência alheia.

Onde Recife começou...

Desde o tempo da ocupação holandesa, a Rua do Bom Jesus era a mais importante do Bairro do Recife, possivelmente em decorrência de seu traçado natural de velha estrada, que conduzia viajantes procedentes de Olinda. Seus prédios restaurados demonstram preocupação com a história. Entretanto, sua manutenção é precária. No meio deles, um prédio caindo aos pedaços que ninguém sabe informar porque está assim.
Inicialmente conhecida como Rua do Bode (Bockestraet), durante do domínio holandês tornou-se a via predileta dos israelitas, passando a ser chamada Rua dos Judeus. Quando eles deixaram Pernambuco, foi denominada de Rua da Cruz. Em 1870, foi aprovado pelo Conselho Municipal o nome de Bom Jesus, proposto pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.

Cara de pau!

Antônio Maria, pode ter sido um grande compositor, poeta e cronista. Estão entre suas criações peças reconhecidas como "Menino grande" e "Ninguém me ama"Sua escultura está localizada na Rua do Bom Jesus, no centro do Recife Antigo, merecedor das homenagens de seus conterrâneos. Mas definitivamente, esse cara, até depois de morto, olha para minha Iara de um jeito que dá vontade de matar de novo!

Marco Zero


Localizado no coração do bairro do Recife (sim, a cidade de Recife tem um bairro chamado Recife), a Praça Rio Branco, mais conhecida como Praça do Marco Zero, é o ponto de origem do estado de Pernambuco. No centro do solo da praça, há a Rosa do Ventos, do artista plástico pernambucano Cícero Dias. Com cerca de 40 m², a peça, inspirada em sua obra "Eu vi o mundo... Ele começava no Recife", é formada por pedras de quartzo e granito com pigmentação colorida, misturando elementos subjetivos, geométricos e astrológicos para sustentar a mensagem do artista. Uma boa ideia, mal divulgada e pouco perceptiva por quem não é orientado a observá-la.

Lá vem o Sol...

Às cinco horas da manhã de segunda fomos despertados por uma luz estranha que invadia o apartamento no terceiro andar do Boa Viagem Praia Hotel, forçando a passagem pelo blackout da parede de vidro. Adivinha quem veio nos acordar?
Olha ele aí...

A gente sabia que amanhece cedo no Nordeste, mas sol às quatro e meia da manhã parece meio demais! Mais tarde descobrimos porque aqui se diz "seis da noite": porque anoitece às cinco e meia da tarde.  

domingo, 30 de março de 2014

Boa Viagem

Uma deusa em frente à Igreja
A Capelinha de Nossa Senhora da Boa Viagem surgiu de um vilarejo tipo aldeia, na praia distante, sem luz, sem água e sem transporte. Sobre a Capelinha, nada consta como historia ou mesmo como lenda, nem tampouco podemos precisar-lhe a data certa em que foi inaugurada. Mas inegavelmente, foi a Capelinha de Boa Viagem que deu à sua lindíssima praia o batismo de Boa Viagem, e que o Pe. Leandro Camelo teve a iniciativa de dedicá-la à santa protetora dos marítimos: Nossa Senhora da Boa Viagem.
Em 8 de setembro de 1948, por decreto do Arcebispo Dom Miguel de Lima Valverde, foi criada a Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, com a elevação de sua igreja à categoria de matriz. Embora pequena, é bem concorrida, tanto na frequência dos fiéis como para casamentos, sempre muito alinhados, com homens bem vestidos e mulheres glamourosas do lado de dentro do pequeno cercado que envolve a igreja, ao alcance do olhar dos "mortais" que circulam na rua. Ver e ser visto é o que há!

sábado, 29 de março de 2014

Roteirando...

História, diversão ou os dois?
Outra combinação terrível para quem faz turismo é juntar pouco tempo com verba curta. Nosso (des)conhecimento do destino nos fazia crer numa cidade com alguns atrativos históricos e outros naturais. De repente, a seleção nos mostra algo como duas dúzias de locais culturais e outro tanto de praias - todos imperdíveis, na opinião dos amigos conhecedores do Recife. Tia Iara não abre mão de um mergulho nas piscinas naturais e de visitar Olinda. Eu, de conhecer o Instituto Ricardo Brennand e o Centro Histórico. Faltarão os dois, tempo e dinheiro. Vamos utilizar um  processo matemático-científico-lógico para a escolha: uni duni tê...  

Vai partir... de novo!

Marco Zero - certo que vai ser o início do passeio...
A vontade de viajar não cessa. A conta bancária não cessa - de minguar! Uma combinação que não contribui em nada com nossos desejos viajandões. A solução acaba sempre sendo uma alternativa que os economistas chamam de 'alongar o perfil da dívida', o que significa fazer prestações e pagar em muitas vezes, sem entrada e sem saída. Nosso destino agora é Recife, com uma incursão por Olinda e até onde o cartão de crédito permitir. Vamos aos preparativos: Tio Google, onde está vocêêê????  

terça-feira, 4 de março de 2014

Par de vasos

Rafaela e Larissa se conhecem a pouco tempo, e a amizade surgiu dos encontros entre os pais da primeira e os avós da segunda. Colocadas na impensável situação de passar o final de semana em um local sem telefone, sem internet e com um único aparelho de televisão que só pegava programas em canais abertos, o quadro que se avizinhava era de filme de terror. Mas crianças sempre são muito mais versáteis e propositivas que adultos. Não desgrudavam nunca, rapidamente descobriram os prazeres da correria, dos grandes espaços disponíveis e das brincadeiras que só elas conseguiam achar graça. E como achavam! Dormiam tarde, acordavam cedo e tinham uma bateria interminável. No final, o depoimento de Larissa valeu a viagem. Perguntada sobre a experiência, os olhos brilharam, o sorriso se abriu e ela resumiu: "Foi o melhor passeio da minha vida!"   

segunda-feira, 3 de março de 2014

Noite especial



Brinde à amizade
O retorno à nossa acolhedora mansão serviu para repor as energias e preparar um passeio pela cidade. As crianças não participam de programa de gente grande, no caso uma incursão pela Taberna Café. A escolha recaiu nos crepes, uma opção leve e perfeitamente harmonizada com um vinho da região de sabor intenso e preço contido. Para complementar, um papo cabeça de altíssimo nível com os amigos Rafael e Aline. Perfeito!   

Pegando o uaifai...



Entre as várias surpresas tecnológicas de Cambará do Sul, uma das mais hilárias (e, convenhamos, triste) é o supermercado do wi-fi. Não existe rede sem fio no local e o único roteador wireless da vila fica no supermercado. Durante o dia, a rede é fechada para uso da empresa. Mas no final da tarde, quando o supermercado fecha, um bando de adolescentes se encosta na parede do prédio: o dono libera a rede para acesso livre, o que faz a festa da gurizada. Telefones na mão, eles aproveitam para acessar redes sociais e se divertir enviando mensagens. A folia acaba às 22 horas: o roteador é desligado e todo mundo vai prá casa. Incrível!

Fooomeee!


Depois do passeio pelo Itaimbezinho, não haveria dúvida: almoçar era fundamental. A escolha não poderia ser melhor: o Bolicho Gabiroba, um restaurante de culinária gaúcha à beira da famigerada RS 427. Arroz vermelho, feijão tropeiro, moranga cabotiá, lazanha de carne, penne ao molho pesto, porco com alecrim, filé de frango grelhado e saladas. A sobremesa foi cake de ricota com cobertura de geleia de goiaba. Tudo servido à vontade!

Ninguém saiu do restaurante com o mesmo peso...
Atendido pelos proprietários, a comida de excelente qualidade e sabor impecável fica como a sugestão gastronômica da viagem!

domingo, 2 de março de 2014

O passeio



Sem palavras
Quando você caminha pelo parque e aprecia toda a grandeza do Itaimbezinho, começa a perceber que está diante de uma paisagem absolutamente incomum. As máquinas fotográficas, os celulares e os tablets estalam sem parar, todos buscando o melhor ângulo e a melhor imagem. Crianças de todas as idades com os olhos vidrados e os sorrisos brilhantes não conseguem descrever o que está diante deles. Por que eu haveria de tentar?

O serviço

Estrutura grande e inútil
Dentro do parque existe - ou deveria existir - uma estrutura de atendimento ao turista. Há cobrança de ingresso na entrada, mas pessoas acima de sessenta anos e abaixo de dez não pagam, o que parece bastante civilizado. No dia da nossa visitação só ficamos sabendo que não havia local para estacionar e que deveríamos caminhar bastante até os locais de observação após o pagamento do ingresso... Após uma explicação monocórdica, decorada e inútil de um guia (?) local em frente a uma maquete da região (muito mal conservada), constatamos que os banheiros são insuficientes para o volume de turistas e não há nenhum serviço de alimentação: se você precisar de água, vai morrer de sede. Assim, partimos para a visitação.

O destino

Vista de tirar o fôlego!
O Itaimbezinho é um desfiladeiro, situado no Parque Nacional dos Aparados da Serra, na divisa dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A parte superior do planalto está localizada no estado do Rio Grande do Sul, e as bordas do canion são a divisa com o estado Santa Catarina. Os paredões, a Cachoeira das Andorinhas, a Cascata Véu de Noiva, o fundo do vale - onde está localizado o Rio do Boi - estão em território catarinense. Tem uma extensão de 5,8 km, com uma largura máxima de 2 km e uma altura de cerca de 700 m. Há várias trilhas para explorar o local, tanto para principiantes quanto para quem tem pouco amor à vida, que aqui eles chamam de adrenalina. Ah, se você se perguntou, a gente responde: o nome Itaimbezinho deriva do Tupi Guarani Ita (pedra) e Aí'be (afiado).

#partiu Itaimbezinho!

E ainda chamam isso de rodovia!
Nosso primeiro compromisso - conosco mesmos - era uma visita ao famoso Canion Itaimbezinho. Só não tínhamos conhecimento de que para conhecer um dos locais turísticos mais famosos do Brasil seria necessário um pouco mais que curiosidade. Retornamos por aquela RS 20 com pedra e poeira, chegamos no centro de Cambará do Sul e entramos na RS 427 onde nos aguardavam mais 18km de uma estrada tão ruim quanto a primeira. 

É fácil perceber a importância do turismo no RS...
Ninguém sabe explicar tanto descaso com uma região tão importante para o turismo do Rio Grande do Sul. O título mais correto desse post deveria ser #partiuasuspensãodocarro!  Uma vergonha!

Alegria, alegria!

Sem descanso...
O domingo começou com a alvorada das crianças: elas não sabem esperar a hora certa e resolvem elas mesmas quando as coisa devem acontecer. Seu barulho e suas risadas avisam: tá na hora de levantar e começar a diversão. Um café da manhã reforçado e lá vamos nós cumprir nosso roteiro!    

sábado, 1 de março de 2014

(Des) Conectado com as pessoas

Brinde à amizade
Entre as peculiaridades do local, há algumas que merecem atenção pelo inusitado nos dias atuais: a casa não tem telefone, não há sinal de celular e, por conseguinte, nem internet. Habitantes acostumados à conexão 24 horas, como nos sentiríamos alijados da globalização? E as crianças, que trouxeram até tablets e chegaram perguntando qual a senha do Wi-Fi?

Após o jantar, uma conexão fantástica se estabeleceu: a conexão entre as pessoas. Histórias de vida e experiências trocadas foram narradas entre risos e o mais absoluto e singelo prazer de desfrutar a companhia de pessoas amigas. 
Mark Zuckerberg entraria na mais profunda depressão se presenciasse a cena.

Jantar a quatro mãos

Traje a rigor para ajudar Marília!
Decidimos fazer um jantar simples para iniciarmos nosso feriadão. Cardápio praiano, um prato e uma salada. 

Marília, nossa anfitriã, é uma graça, sempre sorrindo e disponível para tornar nossa estada mais agradável. Nos cedeu as panelas e os ingredientes, sempre orientando sobre as peculiaridades da cozinha que não conhecíamos. No final, a panela sobre a mesa exibia um apropriado carreteiro serrano, uma homenagem ao local, consumido em sua totalidade pelos nove habitantes temporários do local. Tudo acompanhado por uma salada providencial e um vinho de boa cepa. Isso promete...

Boas Vindas!

Lar, doce lar...
O local é um casarão enorme, em estilo enxaimel, com mais de 70 anos, pertencente a uma empresa que fechou há alguns anos. Tem seis quartos, sendo três suítes, uma sala de jantar e estar tão grande que tem duas lareiras, uma piscina térmica e uma sauna. Completam o espaço uma cozinha de interior, daquelas que cabe um pelotão do exército, com direito à uma despensa maior que a minha cozinha. Lá fora tem um lago, um anexo que é um verdadeiro salão de festas e uma obra para enlouquecer enólogos: uma adega, cavada na pedra do morro! As crianças acharam o lugar parecido com lugares de histórias fantásticas, com direito até a assombrações: êita imaginação!

Que viagem!

Estrada de quinto mundo, uma vergonha
Não conhecemos Cambará. Assim, o negócio é pesquisar, porque são apenas 3 dias. Aliados à convivência com nossos anfitriões, Canion Itaimbezinho, artesanato e gastronomia são os maiores interesses. 

Após passar por São Francisco de Paula, tudo é novidade. Achamos que o asfalto chegaria até a porta do local onde nos hospedaríamos, à beira da RS 20. Engano nosso: após cruzarmos a cidade, 14 quilômetros de chão batido e pedras, morro acima e morro abaixo, nos aguardavam. Como pode existir tanta incompetência governamental? No final da tarde, chegamos ao destino, um lugar paradisíaco. 

#partiu Cambará!


No carnaval todo mundo vai em direção ao calor, à badalação e à festa. A impressão é que as pessoas querem se despedir do verão e das férias, merecedores de todo o agito possível. 

Na contramão do fluxo, a convite dos überamigos Rafael e Antônio Barbosa, resolvemos partir para Cambará do Sul, na serra gaúcha. A promessa é de paisagens maravilhosas e, principalmente, descanso. Na bagagem, além de roupas mais adequadas para temperaturas amenas, a neta Larissa, um pacote necessário para fazer companhia à Rafaela, filha da Aline e do Rafael.