segunda-feira, 31 de março de 2014

Monges e Escravos


O Mosteiro de São Bento ficou pronto em 1599 e foi destruído em 1632 num incêndio que consumiu grande parte da cidade. Reconstruído, voltou a funcionar em 1656. Nos diversos espaços internos do mosteiro podem ser apreciadas muitas peças de alto valor artístico, pinturas de episódios da vida de São Bento, além de rico mobiliário. No claustro estão sepultados vários monges da abadia.
Com o tempo a Ordem em Olinda enriqueceu, contando em 1850 com 16 casas de sobrado, 24 casas térreas, outros prédios rústicos, uma fazenda, um engenho de açúcar em Mussurepe, um sítio de lenha em Beberibe, além de 254 escravos. Sim, os beneditinos tinham escravos, afinal também eram filhos de Deus!
O mosteiro sobrevive atualmente do seu patrimônio e das doações feitas às capelas de Nossa Senhora do Monte de Olinda e de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes.
A construção da Igreja de São Bento foi iniciada em 1660 e terminada em 1761. Sua fachada é sóbria. Na decoração interna destaca-se o magnífico altar-mor, em madeira de cedro e inteiramente folheado a ouro, construído entre 1783 e 1786. Em 1860 foi feita uma reforma com novos douramentos. Restaurado em 2001, foi objeto de polêmica ao ser desmontado para ser exposto em Nova York, em 2002, como a atração principal da exposição Brasil de Corpo e Alma, realizada no Museu Guggenheim, retornando posteriormente ao seu local de origem. 
No centro do altar está a imagem de São Bento, ladeada por São Gregório Magno e por Santa Escolástica.A sacristia é a mais rica de Olinda, com móveis esculpidos em cedro e decoração com espelhos de cristal e painéis nas paredes e teto retratando a vida de São Bento, executadas por volta de 1785. Há também uma pintura do século XIV mostrando São Sebastião e um painel retratando Nossa Senhora das Dores. 

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