sexta-feira, 11 de março de 2011

Rumo a Paris

Lá vamos nós rumo a Paris!


O Jurys Inn Hotel que deu nome aos Revoltados ficou para trás...

Saímos de Londres às 05h30min com destino a Folkestone. Depois de aproximadamente 1h30min de viagem, chegamos à travessia do Canal da Mancha através do Eurotunnel. Não sei de onde tiramos a idéia de que pegaríamos um trem até o continente. Para nossa surpresa, nosso ônibus de 2 andares entrou em um vagão fechado e foi transportado via ferroviária por 45 quilômetros, 39 dos quais sob o Canal da Mancha a uma profundidade de 40 metros. Uma coisa inacreditável. Sequer vimos o mar em qualquer momento da viagem.

 Seguimos em frente e, após uma parada estratégica para almoço, tomamos o rumo de Paris, onde chegamos às 03h45min, depois de mais de 10 horas de viagem. Hospedamo-nos no Novotel Paris Est, um hotel moderno, localizado em Saint Chapelle. Agora descobri como aqueles pacotes turísticos fazem 10 países em 12 dias e visitam 30 lugares: eles tiram os coitados dos hotéis no meio da madrugada, enfiam-nos em ônibus sem banheiro e dá-lhe estrada. Conseguem fazer quase 800 quilômetros em um dia! Esses não me pegam!

The Best


Márcio foi conosco até a Marylebone, quando desceu e nos levou até a saída da estação, antes das catracas, onde se despediu de todos nós. Demorei para me dar conta de que ele não precisaria descer ali, pois apenas voltou para pegar o próximo trem e seguir no mesmo destino. Tudo apenas para nos ajudar. Acho que daríamos um jeito de sair de Greenwich, mas Márcio foi nossa tranquilidade e segurança no que poderia ter sido uma experiência bem desagradável. Deixamos nosso cartão com ele, esperamos que nos retorne para não perdermos contato. Valeu muito Márcio, pela parceria, pelo exemplo de cidadania e pela solidariedade. Não vamos te esquecer.
Nosso passeio seguiu pela Oxford Street até o final da tarde, quando voltamos ao hotel. À noite o grupo se reuniu para jantar, divertir-se com os acontecimentos do dia e preparar-se para deixar Londres na manhã seguinte.

O Trem de Babel


Ao entrarmos no trem, estávamos em estado de graça. Acho que poderíamos rir até de fratura exposta. Não conseguíamos conter nossa felicidade. Falávamos alto e gargalhávamos, como qualquer turista mal-educado. Dizíamos besteiras sem parar, sempre comandados pelo nosso parceiro Robson, uma figura daquelas que perde o amigo mas não perde a piada. Percebi que duas pessoas sentadas próximo de nós começaram a rir também e desconfiamos: será que estão entendendo? Para nossa surpresa eram uma mineira de Nanuque e um psicólogo, Fernando, filho de um brasileiro com uma londrina. Ambos trabalhavam em Londres. Acompanhados de um angolano e brasileiros de norte a sul do país, formamos uma verdadeira Babel sobre trilhos. Não poderíamos deixar de registrar o fato.
À direita e à esquerda, a mineira e Fernando

Journey to the End of the World – parte III

Descemos em Greenwich, um lugar muito bonitinho, com cara de cidade de interior. Resolvemos voltar a Oxfort Street. Ninguém sabia direito como e nossa querida guia Carol tentava perguntar às pessoas o que poderíamos fazer.

O que parece ser a rua principal de Greenwich

Por fim, achamos um policial que, pacientemente, nos explicou o que fazer: pegar um trem até London Bridge, depois um metro até Waterloo e finalmente outro até Baker Street, onde desceríamos em Oxfort Street. Fácil, não?

Falha: não sabemos o nome do nosso anjo da guarda em Greenwich

Com toda a delicadeza, nos conduziu até a estação do trem, passando por ruas estreitas, parques vazios e até um cemitério (um little cemitery...). No caminho contou-nos que era pago para fazer esse trabalho, ganhava muito bem e teceu um discreto comentário sobre a fama da corrupta polícia brasileira. Passou-me a ideia de que, como éramos brasileiros, buscava justificar o que ocorrera com Jean Charles. Mas isso pode ser só paranoia minha.
Nosso guia nos indicou onde pegar o trem e nos despedimos dele agradecidos a Deus por tê-lo colocado no nosso caminho. Acho que jamais conseguiríamos ir até ali sozinhos. Ficamos com uma ótima impressão da polícia londrina (que coisa, não? Lembram da chegada em Londres e dos policiais armados?).
Quando tentávamos achar qual trem pegar e como comprar os passes, surgiu Márcio, um angolano que estuda em Londres. Ao ser abordado por nossa Carol,  nos livrou de uma máquina malévola que insistia em não nos dar os passes, nos levando até um guichê humano, e depois dispôs-se a seguir conosco, uma vez que iria para o mesmo lado. Nos orientou por um trajeto mais curto, através de Charing Cross e Marylebone, que nos colocaria diretamente em Oxfort Street.

Márcio, ao centro, nosso anjo da guarda em Greenwich

Journey to the End of the World – parte II


Desespero de causa: dois médicos chiques comendo marmita do hotel


Ao zarparmos da parada, já bem adiante do meio-dia, alguns reclamaram que estavam com fome. Não havia o que comer no barco, somente petiscos e café. A próxima e última parada demoraria uns 40 minutos, onde o barco ficaria atracado por meia hora. Depois voltaria demorando o mesmo tempo. Ou seja, perderíamos a tarde toda passeando de barco e vendo as mesmas coisas duas vezes! E, o pior, perderíamos a chance de subir na London Eye, a roda gigante.

E Londres parecia ficar para trás...

A essa altura todos riam sem parar. De nervosos. Que fazer? Decidimos descer em Greenwich e pegar o metro (sei lá se o under ou over) para voltarmos mais rápido. Só não sabíamos que onde desembarcamos não haveria metro...    

Journey to the End of the World

Passeio de barco: programa legal.

O passeio no City Cruisies é maravilhoso. Um catamarã de dois decks, um interno e outro externo. Claro que ficamos o tempo todo na parte interna, com ar condicionado, tal era o frio que fazia lá fora. Haviam poucas pessoas embaixo, mas o deck externo estava lotado de jovens que assistiam entusiasmados à descrição do comandante sobre a história dos prédios e monumentos à margem do Tamisa.

Torre do Big Ben e Parlamento: de tirar o fôlego (a Paixão também é...)

Um passeio inesquecível

Depois de aproximadamente 35 minutos chegamos à uma parada onde desembarcaram algumas pessoas e subiram outras. Soubemos que poderíamos continuar o passeio até Greenwich, o que achamos maravilhoso. Mal sabíamos que estava começando nossa segunda aventura em Londres.

Os Revoltados felizes a bordo do City Cruise

quinta-feira, 10 de março de 2011

The last day.

Último dia em Londres, nossa programação continua por conta dos Revoltados de Jurys Inn. Depois de muitas confabulações ficou resolvido que faríamos um passeio pelo Rio Tamisa, produto incluído no pacote adquirido no dia anterior. Fomos conduzidos até o local do embarque por um táxi (quer dizer, cab) dirigido por um turco de turbante com cara de maluco que falava no celular o tempo todo (em turco, misturado com inglês, dependendo do nível de stress) enquanto xingava os outros motoristas que andavam mais devagar do que ele. O cara parecia um homem-bomba! Talvez esse seja o motivo do alívio que sentimos ao descer do seu carro.
Descobrimos que o local de embarque para o passeio era o mesmo do ingresso para a London Eye, a famosa roda gigante londrina. A estrutura é uma verdadeira obra-prima, tanto pela arquitetura como pelo processo construtivo. Enorme, porém delgada, leve e muito bonita. Ficamos de retornar do passeio de barco e aproveitar aquela maravilha.

London Eye observa a mais nova beleza de Londres...