sábado, 19 de março de 2011

O francês também era o cara!


Nosso guia, Sérgio, era um professor de História da Arte com pós-graduação em turismo histórico (é, isso existe na França...). Fala fluentemente cinco idiomas: francês, inglês, italiano, espanhol e português, além de arranhar o alemão. O idioma oficial era o espanhol, mas toda a vez que falava alguma palavra esquisita aos ouvidos tupiniquins imediatamente repetia-a em bom português. Uma fala tranquila, constante, pausada e clara. Gestos contidos e restritos ao necessário. O cara era de uma finesse e de uma educação impressionantes. Foi nosso norte nas incursões no Louvre, Notre Dame, Versailles, Montmartre e Torre Eiffel.
Após distribuir los auriculares (como chamava os fones de ouvido com o qual nos guiava e transmitia informações) passou todas as orientações sobre seu funcionamento e sobre comportamento e atitude durante as visitas. Falar alto, correr e gargalhar eram coisas proibitivas. Fazer fotos com flash também. Ambas as coisas recebiam um severo e constrangedor olhar do nosso guia, tanto quando aconteciam no nosso grupo (o que foi muito raro) quanto em grupos alheios. Foi particularmente duro com a guia de um grupo de jovens no Louvre, questionando se eles tinham educação condizente para estarem ali e ela condições de coordená-los. Não sei o que aconteceu, mas ela e seu grupo sumiram e não voltamos a cruzar com eles.
Durante os trajetos, Sérgio transitava entre história grega, romana, francesa e sacra com uma desenvoltura impressionante. Nada de papéis, anotações ou coisas do gênero. Não nos guiou: contou-nos histórias, ilustradas pelo acervo dos locais, com uma das melhores narrações que já vimos. Para nós, foi a figura mais impressionante dessa viagem.

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